de: A. Gaspar
"O Campeão da Bugalhinha"
Jogam as Brancas e Ganham (para iniciados)

O campeão da bugalhinha
(de Armindo Gaspar)
Canção do repertório da Banda Tabémdêxa
Em criança já manhoso
Lamentava o triste pai
Da escola não quis saber.
Que difícil foi criá-lo
Como não pode amansá-lo
Acabou por falecer.
Olhos grandes orelhas largas
Nos dois palmos de pescoço
Morava um lenço encarnado.
Em baile, feira ou mercado
Ninguém lhe levava a palma
Nem o moço mais pintado.
Rei do pião do berlinde e do arco
Das ratoeiras e da fisga
Mas que arte o moço tinha.
Choravam novas e maduras em amores
Até reguilas de inveja
Do campeão da bugalhinha.
Por caminhos empoeirados
De pedra e terra batida
Viu Portugal lés-a-lés.
Bebeu vinho p’lo cucharro
Cantou mil fados a rir
E num tratante se fez.
Foi p’lo marido apanhado
Deitado meio nú na cama
Da filha da Margarida.
Algazarra, choros e gritos
E de um inferno de aflitos
Um perjúrio foi a saída.
Cabelo preto e oleoso
De vara e pau à cintura
Gostava da vermelhinha.
Jogar Damas e ciganos
Mas o que mais adorava
Era o jogo da bugalhinha.
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